Município dos Palmares na Mata sul |
Dezoito de junho de 2010. Este dia entrou para nossa história de um modo desastroso. Nove dias após a festa de comemoração dos 131 anos de emancipação política do município, 'os seus dois rios: Una e Piranji', em fúria avassaladora, cobriram o centro da cidade de lama e dejetos.
A natureza nos retorna o que a ela fizemos.
O centro comercial, bancos, Biblioteca Pública Fenelon Barreto, Cine Teatro Apolo (reinaugurado em 9 de junho de 2010), Praça Ismael Gouveia, o Palácio do Bambu (sede da Prefeitura Municipal), Praça Paulo Paranhos, ruas, avenidas, residências... cobertos, destruídos.
Vidas se foram, na agonia do subir das águas.
Nossos irmãos, Nossa história, Nossa Identidade Cultural.
Palmares chora!
Palmares agoniza!
POESIA DE CATENDE
ResponderExcluirPOR CARLOS GAIZA
Catende! Catende!
Tu és lagartixa?
- Não
Tu és capim?
- Não
o que és então?
- Cidade preta de carvão
da chaminé da usina
que não tem emprego não.
Vai aqui o meu alerta
Fala pro governador
Tu que não tem patrão
E que sofres muita dor
Ai seu malaquia!
Ai seu malaquia!
Ta me dando uma’gonia
O dinheiro não tem
O bucho também
Ta doendo todo dia
Cidade que não tem hotel
Nem pousada de papel
Quem vai naquele lugar
Nunca mais quer volta lá
Hoje tô velho
Não sei fazer nada
Pois nada aprendi
Naquela terra danada
Quero muito te ajudar
Mas não sei o que fazer
Vai aqui este versinho
Pro governo te ver
Fica aqui a minha dor
Não posso fazer dinheiro
Mas faço um candeeiro
Pra poder te aluminar
Quem sabe algum dia
Choro menos que hoje
Quando a criança da tia
Seu estudo completar
Doutor não pode ser
Pode até sem querer
Dependendo da sorte
Habilidade vai ter
Na vizinhança trabalhar
Palmares e Água Preta
Vai e volta todo dia
Quem sabe se dessa vez
Faz de tudo sem mutreta
Até logo meu bem
Minha cidade natal
Tão cheia de cana
Quem sabe no carnaval
Feriado nacional
Vou chupar cana roxinha nesse teu canavial