segunda-feira, 12 de julho de 2010

E o rio levou

 Outrora foste, Palmares, soberba, linda e ditosa...


Município dos Palmares na Mata sul

Dezoito de junho de 2010. Este dia entrou para nossa história de um modo desastroso. Nove dias após a festa de comemoração dos 131 anos de emancipação política do município, 'os seus dois rios: Una e Piranji', em fúria avassaladora, cobriram o centro da cidade de lama e dejetos.

A natureza nos retorna o que a ela fizemos.



O centro comercial, bancos, Biblioteca Pública Fenelon Barreto, Cine Teatro Apolo (reinaugurado em 9 de junho de 2010), Praça Ismael Gouveia, o Palácio do Bambu (sede da Prefeitura Municipal), Praça Paulo Paranhos, ruas, avenidas, residências... cobertos, destruídos.

Vidas se foram, na agonia do subir das águas.

Nossos irmãos, Nossa história, Nossa Identidade Cultural.

Palmares chora!
Palmares agoniza!

Um comentário:

  1. POESIA DE CATENDE
    POR CARLOS GAIZA


    Catende! Catende!
    Tu és lagartixa?
    - Não
    Tu és capim?
    - Não
    o que és então?
    - Cidade preta de carvão
    da chaminé da usina
    que não tem emprego não.

    Vai aqui o meu alerta
    Fala pro governador
    Tu que não tem patrão
    E que sofres muita dor

    Ai seu malaquia!
    Ai seu malaquia!
    Ta me dando uma’gonia
    O dinheiro não tem
    O bucho também
    Ta doendo todo dia

    Cidade que não tem hotel
    Nem pousada de papel
    Quem vai naquele lugar
    Nunca mais quer volta lá

    Hoje tô velho
    Não sei fazer nada
    Pois nada aprendi
    Naquela terra danada

    Quero muito te ajudar
    Mas não sei o que fazer
    Vai aqui este versinho
    Pro governo te ver

    Fica aqui a minha dor
    Não posso fazer dinheiro
    Mas faço um candeeiro
    Pra poder te aluminar
    Quem sabe algum dia
    Choro menos que hoje
    Quando a criança da tia
    Seu estudo completar

    Doutor não pode ser
    Pode até sem querer
    Dependendo da sorte
    Habilidade vai ter
    Na vizinhança trabalhar
    Palmares e Água Preta
    Vai e volta todo dia
    Quem sabe se dessa vez
    Faz de tudo sem mutreta

    Até logo meu bem
    Minha cidade natal
    Tão cheia de cana
    Quem sabe no carnaval
    Feriado nacional
    Vou chupar cana roxinha nesse teu canavial

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