domingo, 26 de julho de 2009

Rio Una II

Jorge de Altinho criou este belo poema que descreve a trajetória de nosso rio.

Lá vai o rio Una, vai correndo a galopar
Lá vai o rio Una, vai correndo para o mar

É que ele nasce pelas bandas de Capoeiras
Vai descendo as cachoeiras
Ligeiro que nem o vento
Chega em São Bento ele sorri de alegria
A correnteza tá dizendo
Se eu pudesse eu não descia

Lá vai o rio Una, vai correndo a galopar
Lá vai o rio Una, vai correndo para o mar

Pede licença e entra em Cachoeirinha
É quando vê quatro vaquinhas
Bebendo do seu produto
Se eu pudesse
Eu demorava um tiquinho
Mas vou passar em Altinho
Nem que seja um minuto
Chega em Altinho
Ele se alegra e se agita
Quando vê a moça bonita
Na barreira matutina
Para Agrestina ele corre com emoção
As águas batendo nas pedras
Até parece uma canção

Lá vai o rio Una, vai correndo a galopar
Lá vai o rio Una, vai correndo para o mar

Chega em Palmares
Ele mata a saudade
Passa dentro da cidade
Valente como um leão
Em Água Preta ele deixa de ser arisco
Respeita o padre Francisco 
E pede a sua benção
Aí ele entristece 
E bota pra chorar
Se despede de Barreiros
E emboca pra dentro do mar

Encontro dos rios Una e Piranji Ponte da linha férrea construída pelos ingleses  Rio Una

Desembocadura do Rio Una, embaixo da ponte da linha férrea dos ingleses. Construída em meados do século XIX, mais precisamente no ano de 1862.

detalhe do rio Una - fotografado por Valdir Pedrosa detalhe do rio Una - fotografado por Valdir Pedrosa

Para saber mais…

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Cronologia IV – de 1912 a 1920

1912 - Ascenso Ferreira torna-se funcionário da Prefeitura dos Palmares.
O Major GONOAB PESSOA DE ALBUQUERQUE assume a presidência do Legislativo Municipal.
É publicado o primeiro número do jornal A NOTÍCIA.
O Cel. LUIZ AMARO DE FRANÇA FERREIRA é eleito Prefeito dos Palmares.
1913 - Neste ano está exercendo a função de Juiz de Direito da Comarca dos Palmares, o DR. MANOEL ARTUR DE SÁ FERREIRA, o primeiro a exercer o cargo em Palmares.
O Capitão JOSÉ MARQUES DE ALMEIDA assume a presidência do Legislativo Municipal.
26 de janeiro - surge o periódico O DESPERTAR.
15 de novembro - É publicado o jornal dantista, de propriedade do Cel. Luiz de França, A ÉPOCA, tendo como colaboradores principais José Coimbra e Carlos Rios.
1914 - 6 de dezembro - O farmacêutico Otaviano de Lagos e o Dr. Fausto Figueiredo, engenheiro civil dos serviços de conservação da Great Western of Brazil Railway, fundam o THEATRO CINEMA APOLO. Dr. Fausto Figueiredo assume a presidência da Câmara Municipal.
Cine Teatro Apolo em Palmares fotografado por Valdir Pedrosa
É editado o jornal O JARDIM.
Um grupo de ferroviários, liderados por Olímpio de Souza Cruz, Ramiro Francelino, Possidônio Alves, Afonso Gomes, José Norberto e Antônio Jerônimo, organizam e fundam a BANDA MUSICAL FERROVIÁRIA, denominação que durou até 1955, quando foi substituída por BANDA MUSICAL 15 DE NOVEMBRO.
1916 – Dr. FAUSTO FIGUEIREDO é eleito Prefeito dos Palmares.
A USINA 13 DE MAIO é posta em hasta pública, em razão de débitos contraídos e não saldados com a firma recifense Cândido Cascão e com o Estado, quando o Dr. Leopoldo Pedroza de Melo tornou-se seu proprietário, com a interveniência do Governo do Estado, Dr. Manoel Antônio Pereira Borba, que indenizou os proprietários anteriores e cuja quantia para polo novo proprietário foi aquele das obrigações de débito.
Dr. JOÃO PACHECO QUEIROGA é eleito Presidente da Câmara Municipal.
29 de novembro - O Grêmio Literário Olavo Bilac, do Colégio São Sebastião, publica o jornal O PALÁDIO.
1917 – Ascenso Ferreira funda a sociedade HORA LITERÁRIA DE PALMARES, juntamente com Fenelon Barreto, Barros Lima e Antonio de Barros Carvalho. Reuniam-se aos domingos no Clube Literário.
8 de julho - Nasce o teatrólogo HERMILO BORBA FILHO.
É inaugurada a USINA SERRA AZUL, sendo proprietário o Cel. José Piauhylino de Melo que, em 1922, mudou o nome para USINA SERRO AZUL.
1918 – No terceiro ano do governo do Dr. Fausto Figueiredo é inaugurada a PONTE DE JAPARANDUBA, construída em convênio com o Governo do Estado, em cuja inauguração esteve presente o Governador Dr. Manoel Antônio Pereira Borba.
De janeiro a março assume a Paróquia o padre JOSÉ APOLINÁRIO.
Em abril, é empossado como Vigário da Paróquia o padre VERGÍNIO ESTANISLAU AFONSO.
1919 – É eleito Prefeito dos Palmares o Dr. VIRGÍLIO FREIRE.
Dr. Fausto Figueiredo é eleito Presidente da Câmara Municipal.
1920 – O Theatro Cinema Apolo encena a primeira peça teatral O COMENDADOR, texto de Lelé Correia, dirigida por Miguel Jasselli.


Fonte: arquivo da Câmara Municipal
Aceitamos colaboração para completar esta cronologia.

sábado, 11 de julho de 2009

Cronologia III – de 1901 a 1911

1901 – O Tenente ANTÔNIO GONÇALVES ALVES BECCO, em 6 de Fevereiro, funda a SOCIEDADE UNIÃO HUMANITÁRIA.

1902 – Aparece no cenário jornalístico o periódico O CAGA SEBO.

1º de Março.Nasce MIGUEL JASSELLI, a maior glória literária e intelectual de Palmares.

1903 – É inaugurada a IGREJA PRESBITERIANA DOS PALMARES.

São editados 4 jornais. João Demétrio lança O CORREIO, em 23 de Agosto. Em 17 deste mesmo mês aparece A IDÉIA. Em 15 de Dezembro, A ORTIGA.E em 30 deste mesmo mês, VICENTE MAIA edita A REAÇÃO.

1904 – Dr. Leopoldo Marinho Paula Lins assume a Presidência da Câmara Municipal, sendo o primeiro Presidente daquela Casa Legislativa.

1905 - 5 de novembro - Aparece o jornal A GAZETINHA, que se tornaria em A NOTÍCIA, sob a responsabilidade de LETÁCIO MONTENEGRO, o jornal de maior duração; circulou durante 51anos, ininterruptamente. Custava apenas 300 réis.

18 de setembro - Eduardo Paiva é nomeado para a Guarda Nacional, por Decreto do então Presidente da República, Rodrigues Alves.

1906 - 15 de setembro - José Coimbra edita o jornal A ESCOLA.

15 de novembro - Aparece o jornal O GÊNIO.

Adalberto Marroquim, Miguel Griz e Manoel Peixoto, em 17 de novembro, editam o jornal O DIREITO.

1907 - É fundado o CLUBE CARNAVALESCO PÁS DOURADAS, na Rua Cel. Izácio, 409; cuja diretoria ficou assim constituída: Presidente - Generino de Souza, vice-presidente - João Bandeira, orador - Antonio Argemiro, secretário - Manoel Tomaz, tesoureiro - Francisco Guedes, fiscal zelador - Antonio Raimundo do Nascimento, diretor - Henrique Bandeira e procurador - Afonso Nunes.

DR. FRANCISCO COSTA MAIA assume a presidência da Câmara Municipal.

São editados dois jornais; dirigido por Da Costa e Silva, Esmeraldo Farias, Adalberto Marroquim e Fenelon Barreto, surge o jornal O FORMIGUEIRO LITERÁRIO. Em 15 de junho, O LEÃO DO NORTE.

1908 - Dois jornais são publicados: em 1º de novembro, de formato minúsculo, apenas 20x15 centímetros, circulação somente aos domingos, O HOLOFOTE. José Coimbra publica A INFÂNCIA, em 15 de novembro.

1910 - 27 de fevereiro - nasce em Palmares LUIZ PORTELA DE CARVALHO.

É publicado o menor de todos os jornais publicados no interior. Formato 10x7 centímetros, BIBI, cuja publicação única foi em homenagem ao menor Bibi, no dia do seu aniversário natalício. O garoto era filho do professor GASTÃO RESENDE, do Colégio São Sebastião.

1911 - Junto ao Cel. Pedro Paranhos, Gastão de França Marinho, Estácio Coimbra e Ascenso Ferreira, aderem ao movimento político em defesa da candidatura de Rosa e Silva ao Governo de Pernambuco.

Aparece o jornal O DESPERTAR.

Artur Griz e Antonio Coelho, vulgo Antonio Macaco devido à sua excessiva feiúra, publicam o jornal O ASTRO, no qual colaborou Ascenso Ferreira.

 

Fonte: arquivo da Câmara Municipal
Aceitamos colaboração para completar esta cronologia.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Neném

Contam os mais velhos que, muito tempo atrás, vivia na cidade um rapaz de cabelos longos e cacheados que hoje seria chamado de morador de rua ou sem teto.

O apelido dele era Neném balança os cachos, o nome ninguém sabe, parentes não se conhecia.

Sobrevivia de pequenos serviços ou ‘ganchos’, como dizemos por aqui.

Neném fazia de um tudo, por uns trocados, um prato de comida ou apenas um muito obrigado. Carregava feira, pacotes e malas de quem desembarcava do trem ou do ônibus, bilhetinhos para os namorados(as)…

Sua história e apelido estavam ligados ao fato de que balançava a cabeça, fazendo ondular os cachos dos cabelos, sempre que alguém lhe pedia: “Neném, balança os cachos”.

E porque Neném ficou na memória dos antigos?

Um dia, não sabemos quando, Neném morreu. Sem parente ou amigo, demorou a que se tomassem as providências para seu enterro. Providenciar o caixão, doado pela prefeitura, e a mortalha, espécie de camisão bem comprido com o qual se costumava sepultar os mortos, tudo isso levou algum tempo e, quando finalmente chegaram com o enterro no antigo cemitério, já era muito tarde. O coveiro se negou a fazer o sepultamento em hora tão avançada.

O defunto foi deixado na capelinha do cemitério sem ninguém para velar o seu corpo.

Quem conhece a cidade sabe que o cemitério velho fica no meio de uma pequena ladeira que desce para a rua da Notícia.

Pela manhã, os madrugadores, ao abrirem suas portas foram surpreendidos por uma visão do outro mundo – Neném balança os cachos, amortalhado, andando pelas ruas, sem saber o que acontecera.

catalepsia

Imaginem o susto. Um fantasma, em plena luz do dia.

A medicina explica o ocorrido, um tipo de doença ou condição corpórea, em que os sinais vitais ficam bem baixos, chamado catalepsia.

O que é a catalepsia?

(Ricardo Santoro Nogueira, Brasília, DF)

É um distúrbio que impede o doente de se movimentar, apesar de continuarem funcionando os sentidos e as funções vitais (só um pouco desaceleradas). A pessoa fica parecendo uma estátua de cera. Se ela estiver sentada e alguém posicionar seu braço para cima, ela permanecerá assim enquanto durar o surto, afirma o neurocientista Ivan Izquierdo, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O ataque cataléptico pode durar de minutos a alguns dias e o que mais aflige quem sofre da doença é ver e ouvir tudo o que acontece em volta, sem poder reagir fisicamente. As causas, porém, ainda são um mistério, apesar de não faltarem hipóteses e especulações. A origem do problema pode ser tanto externa como um traumatismo craniano , quanto congênita má formação em alguma região cerebral, diz o neurologista Vanderlei Cerqueira Lima, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.  (Superinteressante)

Neném viveu ainda por muitos anos e a data de sua morte verdadeira é desconhecida.

Foi assim que me contaram e é assim que lhes conto, quem souber um pouco mais que me acrescente um ponto!

Hermilo

Hermilo Borba Filho no Teatro Cinema Apolo Hermilo Borba Filho nasceu no Engenho Verde, município de Palmares, no dia 8 de julho de 1917.

De ex-amanuense até secretário geral da Prefeitura do Recife, Hermilo fez de tudo. Assim como não seguiu a carreira dos números, também não seria médico, no terceiro ano da faculdade resolveu cursar Química Industrial. Depois passou para Direito. Conseguiu formar-se em 1950, pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco. Sua carreira, contudo, foi notadamente fugaz, nada mais de 15 minutos, o tempo que permaneceu num escritório montado com um amigo. Hermilo na verdade, se sentia atraído pelo teatro. E foi no campo do teatro que participou, ativamente, das mais importantes iniciativas do Nordeste.

Como estudante de Direito, fundou com seu companheiro e grande amigo Adriano Suassuna, o “Teatro do Estudante de Pernambuco” (TEP) em 1946. O TEP viveu até 1953, quando Hermilo se mudou para São Paulo, onde dirigiu a Companhia Nydia Licia – Sérgio Cardoso, Companhia Cacilda Becker, Grupo “Stúdio Teatral” e Teatro Paulistano de Comédia. Nessa época foi também um dos diretores da Revista “Visão” e trabalhou como jornalista nos jornais “Última Hora” e “Correio Paulistano”. Anos depois, Hermilo fez parte do Conselho Editorial do Jornal Paulista “Movimento”. Ainda em São Paulo, integrou a Comissão Estadual de Teatro.

De volta de São Paulo, em 1958, fundou com Adriano Suassuna e outros amigos, o “Teatro Popular do Nordeste” (TPN). Em 1960, junto com Alfredo de Oliveira, fundou e dirigiu por algum tempo o Teatro Arena do Recife.

Dirigiu espetáculos para a Sociedade de Cultura de Palmares, 1935, para o Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP), para o Teatro Universitário de Pernambuco (TUP), Teatro Operário do Recife, Teatro do SESI, Centro de Comunicações do Nordeste (CECOSNE), além do TEP e do TPN. No teatro, além de “ponta”, ator, autor, diretor, Hermilo foi também adaptador e tradutor de textos teatrais. Escreveu 23 peças, das quais apenas sete estão publicadas. Teve peças encenadas em todo Brasil e no exterior (Argentina, Chile, Uruguai, Portugal, Suíça, Holanda, Alemanha, Noruega e Finlândia).

Faleceu no dia 2 de junho de 1976, no Recife (PE).

terça-feira, 7 de julho de 2009

Cronologia II – de 1891 a 1900

1891 – Chega à Palmares o VIGÁRIO BASTOS (Sebastião Bastos de Araújo Pessoa).

1892 – São editados 4 jornais: O SÃO JOÃO, em 2 de junho. A SEMANA, em 17 de junho e impresso na Tipografia do Clube Literário, tendo como principais redatores Fernando Griz, Fábio Silva, Vicente Lima, Augusto Ramos e Artur Silva. Em 20 de novembro, João Batista Wanderley lança o jornal O CORREIO DE NOTÍCIA, tendo como colaborador principal o poeta Fernando Griz. Em 5 de dezembro é publicado O CORISCO.

1893 – É eleito prefeito o Dr. Leopoldo Marinho Paula Lins, tendo como Vice-prefeito o Dr. Afonso Marinho.

Neste ano são editados 5 jornais: em 28 de novembro, Fernando Griz e Fábio Silva editam O RAIO, de caráter crítico e humorístico, impresso na tipografia de João Batista Wanderley, cuja publicação foi proibida pelo Delegado de Polícia, que não gostou das matérias publicadas. Ainda Fernando Griz e Fábio Silva publicam O ARQUIVO LITERÁRIO. Em 1º de Maio aparece O BILONTRA. Em 23 de Outubro é editado O CLUBE LITERÁRIO. Em 4 de Dezembro, A CARTILHA.

1894 – Na administração do segundo Prefeito, Dr. Leopoldo Marinho Paula Lins é inaugurado o Mercado Público da Praça Paulo Paranhos iniciado na gestão do Cel. Pelegrino Marinho Paula Lins, para cuja solenidade inaugural esteve presente o então Governador de Pernambuco, Dr. Barbosa Lima.

Antigo Mercado Público na Praça Paulo Paranhos

23 de Outubro.Dirigindo por Fernando Griz e Artur Ferreira, é editado o jornal NOVO ECO, impresso na tipografia da Estrada de Ferro Sul de Pernambuco, depois Rede Ferroviária Federal S.A. - R.F.F.S.A.

1895 – 9 de Maio.Nasce o poeta ASCENSO FERREIRA (Ascenso Carneiro Gonçalves Ferreira), na rua dos Tocos, em Palmares. Filho de Antonio Carneiro Torres e da professora pública Maria Luiza Gonçalves Ferreira.

Pedro Afonso de Medeiros

 

 

 

 

 

Nasce em Canhotinho, no dia 1º de Março, o advogado Dr. PEDRO AFONSO DE MEDEIROS, um dos forjadores do progresso de Palmares

5 de novembro.Aparece o jornal A GAZETA POPULAR.

1896 – É eleito o prefeito Dr. GASTÃO MARINHO, tendo como vice Dr. FRANCISCO COSTA MAIA.

1897 – Dr. FAUSTO FREIRE CARVALHO FIGUEIREDO, JOSÉ LIMA, Dr. FÁBIO & SILVA, ADRIANO PINTO, JOSÉ LAGRECA, FERNANDO GRIZ, MANOEL MONTEIRO, PACIFICO DOS SANTOS e CELSO DUPERRON editam o periódico O PROGRESSO, em 7 de fevereiro.

1898 – 26 de Março. Nasce em palmares o poeta, historiador e conferencista MILTON BARBOSA SOUTO.

É inaugurado o CLUBE CARNAVALESCO LENHADORES (Leão).

28 de Dezembro. Nasce em Amaraji (PE), o poeta, jurista, professor e teatrólogo FENELON BARRETO, uma das glórias literárias de Palmares.

1899 – É publicado o jornal A GONGORRA.

1900 – Dr. MANOEL HENRIQUE WANDERLEY é eleito Prefeito de Palmares.

 

Fonte: arquivo da Câmara Municipal
Aceitamos colaboração para completar esta cronologia.

Cronologia I - de 1848 a 1890

1848/1873Palmares é denominado POVOADO DOS MONTES, TROMBETAS, POVOADO DO UNA e, finalmente, PALMARES, triunfando assim a denominação dos negros, por força da abundancia de palmeiras que vicejavam na região, principalmente babaçu, carnaúba, pindoba, ouricuri e dendê.

1862 – Chega a palmares a ESTRADA DE FERRO SUL DE PERNAMBUCO e, por força do decreto do então Imperador D. Pedro II, instala-se aqui o Escritório Central da Administração da Empresa.

É criada, a 13 de maio, A COMARCA DOS PALMARES, por força da lei Provincial nº 520.

Catedral de Nossa Senhora da Conceição dos Montes - fotografada por Valdir Pedrosa

 

6 de fevereiro - É inaugurada a MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DOS MONTES. Nesse mesmo dia, Dona Germana Francisca Xavier faz a doação do terreno no qual localizou-se o Cemitério de Nossa Senhora da Conceição dos Montes.

1868 – Palmares é elevado à categoria de Distrito, por força da lei provincial nº 844, de 28 de setembro.

1873 – Por força da lei Provincial nº 1083, de 24 de maio, é criado o Município Autônomo, que tomou o nome de MUNICIPIO DOS PALMARES.

1879 – 9 de junho. Palmares emancipa-se do Município da Água Preta por força da lei provincial nº 1458, adquirindo foros de cidade. Assume a paróquia o Padre Manoel Tertuliano de Figueiredo, sendo o primeiro Padre a assumir este cargo em Palmares.

1882 – 1º de outubro. É fundada a BIBLIOTECA DO CLUBE LITERÁRIO, hoje BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL FENELON BARRETO.

Biblioteca Pública Municipal Fenelon Barreto

Assume a Paróquia dos Palmares o Padre FRANCISCO SOUSA ARAÚJO.

1883 – 7 de outubro. Severino Pereira e Joaquim de Almeida, primeiros jornalistas palmarenses, editam o jornal O ECO, primeiro periódico, início da história da imprensa de Palmares, lançado no Clube Literário e impresso na tipografia do Clube.

1884 – 11 de agosto. Surge o periódico A GAZETA DE PALMARES.

1885 – 10 de novembro. Nasce em Palmares EDUARDO AFONSO PAIVA, herdeiro das propriedades Sitio Flor do Una e Barra do Piranjí, deste município.

1886 – É fundada a primeira Sociedade Organizada Palmarense: SOCIEDADE DE SÂO VICENTE DE PAULO.

1889 – Chega a Palmares o primeiro membro da Família Agrelli, Miguel, caldeireiro, cuja oficina de caldeiraria foi montada na Rua Cel.Izácio.

Neste mesmo ano, em 14 de agosto, o libanês MIGUEL LUIS SUKAR, primeiro membro da família Sukar, instala-se como comerciante.

14 de agosto. Silva Jardim pronuncia inflamado discurso de propaganda da República, da sacada de uma das janelas do Clube Literário.

1890 – É extinto o Conselho municipal que regia a política governamental do município e é empossado, por nomeação , o Prefeito Cel. Peregrino Marinho Paula Lins, tendo como Vice-Prefeito o Capitão Carlos da Silva Faria, um dos membros do extinto conselho.

 

Fonte: arquivo da Câmara Municipal
Aceitamos colaboração para completar esta cronologia.

sábado, 4 de julho de 2009

Usina Serro Azul

Usina Serro Azul 

 

A Usina Serro Azul foi construída na metade do século XIX, entre os anos de 1896 a 1929, pelo  coronel José Piauhylino Gomes de Melo Filho.

O engenho Camevou, nas margens do rio Una, local onde foi construída a Usina Serro Azul, fica a 22 quilômetros de distância da sede do município de Palmares. A maquinaria original foi trazida da Inglaterra. Interessante que o coronel batizou a nova usina por ele construída mudando apenas a letra final de Serra para Serro.

Além de administrar a Usina Serra Azul em atividade, incluindo campo agrícola e indústria, o coronel José Piauhylino dirigia os trabalhos da nova construção. Nos sete dias da semana, fazia o percurso a cavalo entre as duas usinas, saindo de casa às 4 horas da madrugada e regressando às 10 horas da noite, sem acompanhante. Achava ele que ninguém se atreveria a emboscá-lo, muito menos a enfrentá-lo. O trecho entre as duas usinas era uma verdadeira travessia de matas virgens, ladeiras, lama e sem habitações. Quando chegava na casa grande da Usina Serra Azul, estava à sua espera, seu estribeiro de confiança – Veríssimo Gomes – sentado no terraço da casa, às vezes já ultrapassando de meia noite. Na época do inverno regressava molhado e sujo de lama. Deixava as botas sujas na calçada, após fazer a rotineira recomendação: “Veríssimo! às 4 horas da manhã eu quero o cavalo pronto e as botas enxutas”. E, na hora marcada, lá estava o animal e as botas, conforme o coronel dissera. Usava para o trabalho, dois pares de botas. Veríssimo sempre teve o cuidado de cumprir as determinações pontualmente, antecipando-se 10 minutos da hora marcada. Nunca ouviu a 4ª badalada do grande relógio de parede da sala, sem o coronel depois de alguns segundos lhe dar bom-dia! Esse regime de trabalho durou até 1922, quando a Usina Serro Azul moeu e o coronel passou a residir na usina nova. MOURA  (1998)*

A usina chegou a possuir 22 engenhos, onde plantava a cana de açúcar para sua produção: Camevou (a sede), Camevouzinho, Liberdade, Aratinga, Fertilidade, Floresta, Serra Azul (a antiga usina), Moscou, Aliança, Mágico, Verde, Mearim, Canário, União, Riachuelo, Penderaca, Vista Alegre, Tambor, Almirante, Rosa Murcha, Barra do Dia e Pará.

Casa grande da Usina Serro Azul antes da desapropriaçãoCasa grande da Usina Serro Azul antes da desapropriação 

Casa Grande da Usina Serro Azul - detalhe da escadaria fotografado por Valdir Pedrosa Casarão da Usina Serro Azul fotografado por Valdir Pedrosa

Casa Grande daUsina Serro Azul fotografado por Valdir Pedrosa Casa Grande da Usina Serro Azul - detalhe do terraço frontal fotografado por Valdir Pedrosa

Casarão da usina, residência dos proprietários, em alvenaria de tijolos sobre calçada alta, tem acesso através de escadaria em três lances. Seu alpendre em forma aproximada em “U” tem telhado independente apoiado sobre colunas quadrangulares em alvenaria. Os guarda-corpos são em elementos no mesmo material. O telhado principal é protegido por platibanda recortada, com delicados adornos em massa e pináculos.

Após a morte do coronel, em 22 de novembro de 1951, a usina passou a ser administrada por seus filhos e genros.

  • Plácido Gouveia de Melo - escritório geral no Recife
  • Waldecir Gouveia de Melo – a indústria
  • Fernando Gomes de Melo – o campo (engenhos)
  • Clóvis Gouveia de Melo – engenho Serra Azul (antiga usina)
  • Paulo Gouveia de Melo – engenho Liberdade
  • Fernando Lúcio (genro) – engenho Camevouzinho
  • Edgar Carneiro Leão (genro) – engenho Liberdade

Em 1967, para sobreviver, os proprietários solicitaram ao Instituto do Açúcar e de Álcool (IAA) que realizasse uma intervenção na indústria. Medida esta aprovada pelo então presidente da república marechal Arturo da Costa e Silva.

A família Gouveia de Melo afastou-se e foi residir no Recife. Os antigos funcionários permaneceram em seus cargos. Algumas das melhores casas foram desocupadas para hospedar a equipe de interventores. Era o começo do fim…

Estiveram à frente do processo de intervenção os senhores Luiz Lacerda, Aluízio Ferreira Baltar, Arlindo de Almeida e Zacarias Ribeiro, todos funcionários do IAA.

A intervenção acabou em 1973, quando a usina foi vendida para Fernando Antônio Torres Rodrigues, juntamente com a Usina 13 de Maio, atual Usina Vitória, situada no engenho Catuama, na periferia da sede do município.

Apesar das melhorias implantadas na Serro Azul, o Sr. Fernando é o responsável pela derrubada das matas virgens e o arrendamento dos engenhos, transferindo assim a administração dos mesmos para outras pessoas.

Infelizmente a crise reapareceu. Em 1982, o próprio  Sr. Fernando conseguiu a desapropriação da usina e dos engenhos, que passou a ser administrada pela Cooperativa Agrícola Tiriri.

Usina Serro Azul em 2004Usina Serro Azul 2008

Desativada e abandonada, o patrimônio se encontra totalmente destruído pela ação do tempo.

A área ocupada pela Serro Azul foi promovida a distrito. A rodovia PE-103, recentemente inaugurada, faz a ligação do distrito de Serro Azul com a sede dos munícipios de Palmares (22 km) e Bonito (23 km), trazendo esperança de melhores dias.

 

*MOURA, Severino rodrigues de. Senhores de Engenhos e Usineiros, a Nobreza de Pernambuco. FIAM, CEHM, SINDAÇÚCAR. 1998. Coleção Tempo Municipal. vol 17

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Rabeca

Rabeca, mestre do caboclinho e do pastoril

José Francisco Lins, o popular Rabeca, foi Mestre do Caboclinho, trabalhador rural, guarda municipal e pedreiro. Nasceu em 27/12/1903 e faleceu em 23/11/1984.

Casado com Maria Salvina.

Com 14 anos já trabalhava no campo em Palmares.

Em dezembro de 1924, aos 21 anos, criou o Pastoril do Velho Rabeca, uma das maiores atrações na festa de Nossa Senhora da Conceição, tradicional festa palmarense. O Pastoril era formado por mulheres sozinhas e do baixo meretrício e era preparado por ele mesmo.

Rabeca, nome com o qual ficou conhecido para sempre, lhe foi dado por causa de sua constituição física à época da formação do pastoril. Era extremamente magro e comprido.

Com o pastoril, rabeca alegrou várias gerações de Palmares e das cidades vizinhas.

Desde os anos 40, as crianças de Palmares passaram a conviver com o alegre rabeca nas quartas-feiras de cinzas, quando ele resolveu criar o bloco de caboclinhos “Índio da Floresta”, com ele mesmo fantasiado de índio velho, à frente dos seus filhos e de algumas crianças da rua onde morava.

Mantendo sacrificadamente, sem interrupção, por mais de 60 anos, o Pastoril, e por mais de 40 anos o Bloco de Caboclinhos, o velho Rabeca era um autêntico artista popular da cidade dos Palmares, que até a hora de sua morte viveu praticamente marginalizado, sem reconhecimento e sem uma efetiva proteção e incentivo para a manifestação de sua arte.

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